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Vinha e Vinho

CAP apela ao Governo para que “proteja ativamente a fileira do vinho português”

CAP apela ao Governo para que “proteja ativamente a fileira do vinho português” iStock

No âmbito da guerra comercial entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos da América (EUA), a CAP apelou ao Governo para que “proteja ativamente a fileira do vinho português”, que contabiliza mais de 300 mil operadores nos vários setores da sua cadeia de valor, desde a produção à venda.

“Com efeito, não são apenas os produtores que exportam para os EUA que são afetados, é toda a fileira que perde com a degradação de condições comerciais e de mercado daí decorrentes”, sublinha a CAP em comunicado de imprensa.

 

Neste sentido, a Confederação dos Agricultores de Portugal sugere ao Executivo agir de duas formas, a primeira passa por atuar junto da Comissão Europeia (CE) para serem analisadas as justificações para a escolha do Bourbon como resposta a taxas sobre o alumínio.

“Retaliações baseadas em critérios que elegem outras categorias de produtos, neste caso as bebidas, arriscam-se a levar-nos por um caminho que apenas provoque a determinação ou ameaças de novas tarifas para novos produtos”, refere a CAP, que adianta ainda que “retaliar por retaliar, não cuidando das consequências para a economia e para a sociedade é algo que, em absoluto, tem de ser evitado por quem nos governa”.

 

Em segundo lugar, a Confederação dos Agricultores de Portugal frisa que “o setor não pode ficar à espera de que este problema se resolva (ou que outro, entretanto surja)”, apelando ao Governo para que elabore “um plano robusto de reforço financeiro para a promoção dos vinhos portugueses para que as empresas possam ter capacidade de ganhar quota em mercados alternativos de exportação”.

Foi neste sentido que a CAP relembrou que as exportações de vinho para o mercado norte-americano valeram cerca de 100 milhões no ano passado.

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De acordo com a nota de imprensa, a Confederação enfatiza que o Governo tem a obrigação de facilitar a abertura de mercados alternativos para as exportações de vinho português.

“Isso faz-se com o reforço de verbas para a promoção para que as Associações e os empresários possam fazer aquilo que sempre fizeram em momentos de crise e de dificuldade: procurarem mercado para continuarem a estar em atividade, assegurando emprego e a criação de riqueza”, explica a CAP.

 

De recordar que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas de 200% sobre as bebidas alcoólicas provenientes do bloco europeu, que vão ser aplicadas aos vinhos, champanhes e outras bebidas.

Esta resposta tem por base as tarifas sobre as importações de aço feito pelos Estados Unidos, com a UE a responder com o anúncio do aumento de tarifas para a importação de Bourbon, entre outros produtos.

Donald Trump quer aplicar taxas de 200% às bebidas alcoólicas da UE