A Hilda nasceu através de um processo de fertilização in vitro, tendo os seus genes sido modificados para emitir menos gases com efeito de estufa, mais concretamente, metano.
A vaca faz parte do projeto ecológico “Cool Cows” e é a primeira a ver o seu código genético sofrer esta alteração. Os cientistas acreditam que este “passo histórico” pode revolucionar o setor da pecuária e o projeto de genética pecuária.
O rebanho Langhill, em Dumfries, na Escócia, tem vindo a ser estudado há já cerca de 50 anos, servindo como referência para a indústria dos laticínios. O principal objetivo passava por estudar formas de melhorar a saúde e a reprodução de bovinos, no entanto, os cientistas tentam agora também encontrar soluções para diminuir a emissão de gases com efeito de estufa através destes animais.
O setor da pecuária é responsável por cerca de metade das emissões de metano do Reino Unido, sendo este gás produzido por micróbios no estômago das vacas. Para ser alcançado esta realização, a Rural College da Escócia (SRUC, na sigla inglesa) juntou-se à clínica veterinária Cumbria vets Paragon e à empresa de genética animal Semex para identificarem e criarem vacas com o intuito de alterarem a sua genética.
A parceria recebeu um apoio no valor de 335 mil libras, ou seja, o equivalente a 404 mil euros.
Para o líder do projeto da SRUC, Richard Dewhurst, “com o consumo mundial de laticínios a continuar a crescer, a criação de gado com uma vertente sustentável é extremamente importante. O nascimento de Hilda é um momento extremamente significativo para a indústria de laticínios do Reino Unido”.
“A melhoria genética na eficiência do metano será fundamental para continuar a fornecer alimentos nutritivos aos consumidores, ao mesmo tempo que controla o impacto futuro das emissões de metano no meio ambiente”, referiu Rob Simmons, diretor e veterinário especialista em reprodução avançada da Paragon.
Os cientistas referem ainda que esta técnica possa ser aplicada noutros casos e que assim seja duplicada a taxa de “ganho genético”, acelerando-se o processo de reprodução de animais mais “eficientes” relativamente às emissões de metano.